RESUMO: O uso de defensivos agrícolas tem provocado danos ao meio ambiente, a saúde humana e contribuido para a resistencia de patógenos. Neste estudo, objetivou-se analisar a inibiçâo do crescimento micelial dos fungos Sclerotinia sclerotiorum e Sclerotium rolfsii na presença de extratos e óleos essenciais de citronela (Cymbopogon nardus), cravo-da-india (Caryophilus aromaticus), cidreira (Cymbopogon citratus), melissa (Melissa officinalis L.) e neem (Azadirachta indica) e as combinaçoes dos mesmos. Nos estudos com óleos essenciais foi utilizada a concentraçâo de 5.000 ppm e 50.000 ppm para os extratos em meio BDA com quatro repetiçoes. Os óleos essenciais inibiram totalmente o crescimento micelial dos dois fungos testados, exceto o óleo de neem, que nao inibiu o crescimento de S. sclerotiorum e apresentou uma inibiçâo de apenas 10% do fungo S. rolfsii. Para os extratos hidroalcoólicos, obteve-se 100% de eficácia na inibiçâo, com exceçâo ao extrato de melissa que inibiu 96,2% do crescimento de S. sclerotiorum e 80,4% sobre S. rolfsii. No tratamento com extratos hidroacetonicos, obteve-se 100% de inibiçâo dos fungos, entretanto, o extrato de melissa foi menos eficaz com 95,9% de inibiçâo para S. sclerotiorum e 46,2% para S. rolfsii. Diante dos resultados pode-se inferir que os óleos e extratos podem ser eficazes no controle de fungos patogénicos da cultura de soja, inibindo o crescimento micelial dos fungos S. sclerotiorum e S. rolfsii, podendo ser apontados como uma alternativa no controle destes fitopatógenos.
PALAVRAS-CHAVE: Agricultura orgánica; Fungicidas naturais; Fungos patógenos.
ABSTRACT: Agricultural inputs have caused damage to the environment and to human health and have contributed towards pathogen resistance. Inhibition of mycelial growth of the fungi Sclerotinia sclerotiorum and Sclerotium rolfsii with extracts and essential oils of citronella (Cymbopogon nardus), clove (Caryophilus aromaticus), lemon balm (Cymbopogon citratus), melissa (Melissa officinalis L.) and neem (Azadirachta indica) and their combinations are analyzed. In studies with essential oils, concentrations 5,000 ppm and 50,000 ppm were used for extracts in BDA medium, with four replications. Essential oils inhibited completely mycelial growth of the two fungi, with the exception of neem oil. The latter did not inhibit growth of S. sclerotiorum and inhibited only 10% of S. rolfsii. In the case of hydroalcohol extracts, inhibition reached 100%, with the exception of melissa extract which inhibited 96.2% of growth in S. sclerotiorum and 80.4% in S. rolfsii. In the case of hydro-acetone extracts, fungi were totally inhibited, although melissa extract was less efficient, with 95.9% of inhibition for S. sclerotiorum and 46.2% for S. rolfsii. Results show that oils and extracts may be efficient in the control of pathogenic fungi of soybean by inhibiting mycelial growth of the fungi S. sclerotiorum and S. rolfsii, and may be recommended as an alternative for the control of these phytopathogens.
KEY WORDS: Organic agriculture; Natural fungicides; Pathogenic fungi.
INTRODUÇÂO
O Brasil ocupa a segunda posiçâo no ranking mundial de produçâo de soja (Glycine max L.), sendo as regióes Centro-Oeste e Sul as principais produtoras desta oleaginosa. O Estado do Mato Grosso, localizado na regiâo Centro-Oeste, ganha destaque, pois é o maior produtor brasileiro de graos de soja com uma área plantada de 8,805 milhóes de hectares e uma produtividade média de 3.165 kg/ha e produçâo total de 27.868 milhóes de toneladas, dados da safra de 2014/2015 (EMBRAPA, 2016).
Entretanto, no campo a planta de soja pode ser atacada em todos os estádios de desenvolvimento por inúmeras doenças, incluindo as de natureza fúngica, o que pode levar a prejuízos na qualidade e no rendimento do produto derivado desse grao. A semente e/o grao ideal do ponto de vista sanitário é aquela livre de qualquer microrganismo. Mas nem sempre isso é possível, podendo a qualidade da semente e do grao ser afetada pelas condiçoes meteorológicas durante a produçâo e o armazenamento, sobretudo devido ao ataque de microrganismos (GOULART, 1997; BELO et al., 2012).
Os fungos patogénicos da soja podem resistir e se desenvolver em diversas condiçoes ambientais, incluindo alimentos destinados ao consumo humano. Eles compóem um grupo diversificado de microrganismos com importância na agricultura. Interagem com uma enorme diversidade de hospedeiros, podendo se nutrir de células vivas, tecidos mortos ou saprofitamente da matéria orgánica presente no solo (B&Acaron;RBIERI; CARVALHO, 2001).
A maioria dos fungos tem as sementes como veículo de disseminaçao, usando-as como meio de introduçao em novos locais de cultivo, podendo causar danos as culturas, como exemplo, os fungos Fusarium sp, Sclerotinia sclerotiorum e Sclerotium rolfsii, entre outros. O Fusarium sp é bem distribuido no meio ambiente, sendo encontrado em vários tipos de solo, pode sobreviver por longos períodos de tempo de forma saprofítica na matéria orgánica no solo, podendo causar inúmeras doenças nas espécies vegetais, em culturas de grande importáncia económica (MARTINS, 2005).
Nas sementes de soja é muito frequente o Fusarium semitectum, que ocasiona problemas de germinaçao, encontrado principalmente em sementes com colheita atrasada ou em deterioraçao por umidade (GOULART, 1997). O fungo Sclerotinia sclerotiorum pode ser encontrado em vários tipos de culturas, tanto plantas dicotiledóneas como monocotiledóneas, causando podridao e tombamento de plantas. Esse fungo pode produzir escleródios (estruturas de resisténcia para a sobrevivencia) que infectam a planta, podendo atacá-la em qualquer estádio de desenvolvimento (MARTINS, 2005). Adaptável as regioes tropicais e subtropicais no mundo, o fungo Sclerotium rolfsii tem capacidade de sobreviver por muito tempo no solo, tendo formaçao de escleródios esféricos, possuindo uma gama de hospedeiros incluindo espécies ornamentais, florestais, cereais, plantas daninhas, etc. No entanto, dentre os principais hospedeiros, estâo as leguminosas (LEMES; SILVA; LIMA, 2013).
A utilizaçâo de óleos essenciais e extratos vegetais em substituiçâo aos defensivos agrícolas tem se mostrado uma alternativa na manutençâo da biodiversidade e no manejo sustentável dos recursos naturais, e tem sido uma estratégia sugerida pela Comissao de Políticas de Desenvolvimento Sustentável na Agenda 21 Brasileira (BEZERRA et al., 2002).
Na literatura existem registros da eficiencia de extratos vegetais e óleos essenciais, obtidos de uma gama considerável de espécies botánicas, na inibiçâo do desenvolvimento de vários fitopatógenos. Dentre os extratos mais pesquisados encontra-se o de alho (Allium sativum L.). O seu efeito inibitório tem sido demonstrado para uma extensa quantidade de fungos, envolvendo nao só patógenos de pós-colheita, mas também patógenos foliares e do solo. Além do alho, o extrato de hortela (Mentha piperita), canela (Cinnamomum zeylanicum), entre outros também tém evidenciado propriedades antifúngicas, demonstrando potencial de controle para patógenos de plantas diversas (AMARAL; BARA, 2005; ROZWALKA et al, 2008; PASCUALI et al, 2018).
Estudos com óleos essenciais de melissa (Melissa officinalis), capimcidreira (Cymbopogon citratus), citronela (Cymbopogon winterianus), eucalipto (Eucalyptus citriodora) e capim-limao (Cymbopogon citratus Stapf) mostram inibiçâo de crescimento de fungos patogénicos presentes no solo ou na parte aérea de diversas plantas, sendo estes óleos possíveis de serem utilizados no tratamento de vários tipos de sementes contaminadas com fungos, como, por exemplo, de arroz, soja, milho, cevada e algodâo (AMARAL; BARA, 2005; MAZARO et al., 2008), ou em melao, maracujá, pepino e banana (BANKOLE; JODA, 2004; BONALDO et al., 2007; SILVA et al., 2012; JUNIOR; SALES; MARTINS, 2009).
Portanto, o objetivo do presente estudo foi analisar a inibiçao do crescimento micelial dos fungos Sclerotinia sclerotiorum e Sclerotium rolfsii na presença de extratos e óleos essenciais de citronela (Cymbopogon nardus), cravo-daíndia (Caryophilus aromaticus), cidreira (Cymbopogon citratus), melissa (Melissa officinalis L.) e neem (Azadirachta indica) e as combinaçoes dos mesmos.
2 MATERIAL E MÉTODOS
Os fungos Sclerotinia sclerotiorum e Sclerotium rolfsii, utilizados nestes estudos, foram isolados de plantas de soja coletadas no mes de fevereiro de 2016 (safra 2015/2016), em área de cultivo comercial com a variedade Brasmax Raça RR na fazenda Arco Íris, situada a 171 m de altitude, com as coordenadas geográficas de 15°04'21" de latitude Sul e a 57°10'52" de longitude Oeste, no municipio de Barra do Bugres (MT).
Os fungos foram isolados com auxilio de uma agulha histológica, onde fragmentos dos patógenos foram transferidos para o centro de placas de Petri com 20 ml de meio de cultura BDA (batata dextrose ágar da KASVI). As placas foram incubadas a 20° C com regime de 12 horas de luz durante sete dias em cámaras tipo "Biological Organism Development" (BOD) (ROSAL et al., 2009).
As folhas utilizadas para obtençâo dos óleos essenciais e extratos foram colhidas em Barra do Bugres(MT), sendo elas: melissa (Melissa officinalis), cidreira (Cymbopogon citratus), citronela (Cymbopogon nardus) e inflorescencias de cravoda-india (Syzygium aromaticum), sendo a última adquirida no comercio de Barra do Bugres (MT). Os extratos vegetais foram preparados usando-se 40 gramas de material vegetal e soluçâo hidroalcoólica e hidroacetônica na proporçâo (etanol ou acetona) 150:20 (água) mL, respectivamente. O material vegetal em soluçâo foi mantido em agitaçâo constante por cinco dias a 20 °C. Após esse periodo, os extratos foram filtrados em papel filtro (INLAB tipo 10), e submetidos a evaporaçâo dos solventes em banho-maria a 45 °C em capela com exaustor, até restar 20 mL, em seguida o recipiente foi fechado até a utilizaçâo nos estudos.
Para a obtençâo dos óleos essenciais foram utilizadas as folhas de plantas recém coletadas e submetidas a extraçâo em aparelho tipo Clevenger, sendo elas: cidreira (Cymbopogon citratus); citronela (Cymbopogon nardus); e melissa (Melissa officinalis L.) enquanto que o óleo de neem (Azadirachta indica) foi adquirido da destilaría Bauru LTDA (Lote: DBBION-ONEMPR 170315).
A aplicaçâo dos óleos essenciais, na concentraçâo de 5.000 ppm, foi realizada em placas de Petri contendo 20 mL de meio de cultura BDA. Os óleos essenciais foram adicionados juntamente com emulsificante Triton X-100 1% (v/v), com aplicaçâo individual de cada óleo, e em um segundo momento as seguintes combinaçoes cidreira-citronela, cidreira-melissa, cidreira-neem, citronela-melissa, citronela-neem e melissa-neem. Nas combinaçoes de óleo utilizou-se a proporçâo 1:1 de cada óleo (ou seja, 2.500 ppm de cada um) e mantida a mesma porcentagem do emulsificante. Para testemunha utilizou-se placas contendo somente meio de cultura BDA.
Nos estudos com os extratos utilizou-se o de cidreira, citronela, cravo da índia e melissa, individualmente, e em um segundo momento as combinaçoes cidreira-citronela, cidreira-cravo-da-índia, cidreira-melissa, citronela-cravo-daíndia, citronela-melissa e cravo-da-índia-melissa (PASCUALI et al., 2018). Foram transferidos para as placas de Petri 20 mL de meio de cultura BDA e 50.000 ppm de extrato e nas combinaçoes de extratos utilizou-se uma proporçâo de 1:1 de cada um dos extratos (ou seja, 25.000 ppm de cada um). A testemunha continha somente meio de cultura BDA.
Para o centro de cada placa de Petri contendo meio BDA e óleos essenciais ou extratos foram transferidos discos de 8 mm de diámetro do fungo e incubadas a 20±2 °C com regime de 12 horas de luz em BOD, por sete dias (BRASIL, 2009). A leitura do diámetro das colonias foi realizada no sétimo dia, sendo o percentual de inibiçâo calculado pela formula: % INIBIÇAO = 100 x (crescimento da testemunha - crescimento do tratamento) / crescimento da testemunha.
No procedimento estatístico, o delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com quatro repetiçoes por tratamento. Realizou-se o teste F e comparaçâo de médias pelo teste de Duncan para as variáveis significativas.
3 RESULTADOS E DISCUSSOES
Os resultados da inibiçâo, in vitro, do crescimento micelial dos fungos Sclerotium rolfsii e Sclerotinia sclerotiorum na presença dos óleos essenciais sâo apresentados na Figura 1. Esses resultados mostram que os óleos essenciais de citronela, cidreira e melissa inibiram completamente o crescimento dos fungos Sclerotium rolfsii e Sclerotinia sclerotiorum (Figura 1A). No entanto, o óleo essencial de neem apresentou uma inibiçâo de 10% sobre crescimento de Sclerotium rolfsii, enquanto que para Sclerotinia sclerotiorum apresentou efeito contrario, ou seja, favoreceu o crescimento do patógeno em quase 30% quando comparado a testemunha (Figura 1A). Os efeitos da presença dos óleos essenciais e a testemunha também podem ser observados na Figura 2, onde o fungo Sclerotinia sclerotiorum nao apresentou crescimento na presença do óleo essencial de cidreira (Figura 2A), enquanto que, na presença do óleo essencial de neem, apresentou crescimento considerável, assemelhando-se ao crescimento da testemunha (Figura 2C). Para o Sclerotium rolfsii também apresentou crescimento micelial considerável na presença de óleo essencial de neem (imagem nao mostrada).
Estudos sobre a composiçâo química reportam que os óleos essenciais possuem moléculas bioativas, onde o óleo essencial de citronela (Cymbopogon nardus) possui citronelal, geraniol e citronelol, o de melissa (Melissa officinalis L.) contém citral, citronelal, citronelol, limoneno, linalol, geraniol, (ANDRADE et al., 2012), o de cidreira (Cymbopogon citratus) possui citral, linalol, geraniol, nerol e ß-mirceno (SILVA et al., 2006), enquanto que o óleo de neem (Azadirachta indica) possui azadiractina, azadiradione, nimbin e salannin (OLIVEIRA, 2015). As atividades antifúngicas sao atribuidas a essas moléculas bioativas e a porcentagem destas no óleo essencial pode variar em funçâo do tipo de solo de cultivo da planta, estaçâo do ano e sazonalidades (SILVA et al., 2006; LINS et al., 2015).
Os resultados usando a combinaçao dos óleos essenciais mostram que todas as combinaçoes inibiram completamente o desenvolvimento micelial de Sclerotinia sclerotiorum e Sclerotium rolfsii, incluindo as combinaçoes que continham o óleo essencial de neem (Figura 1B). Esses resultados sugerem que as moléculas bioativas presentes nos óleos essenciais de citronela, cidreira e melissa quando combinadas possuem a mesma eficácia na inibiçâo de crescimentos dos fungos.
Nesse sentido, estudos realizados por Garcia et al. (2012) com óleo essencial de neem no intervalo de concentraçao de 25.000 a 100.000 ppm no controle de Sclerotinia sclerotiorum apresentaram o melhor resultado na concentraçao 100.000 ppm com a inibiçâo de 53% de crescimento micelial do patógeno. Menezes e Lima (2013) utilizaram óleos essenciais de hortelâ pimenta (Menthapiperita L.), ervacidreira (Melissa officinalis L), hortelâ comum (Mentha arvensis L.), manjericâo (Ocimum basilicum L.), alfavaca (Ocimum gratissimum Blume), orégano (Origanum vulgare L.) e boldo (Peumus boldus Benth), usando 40 q,L do óleo puro depositado sobre disco de papel, no combate das cepas do fungo Cladosporium carrioni, verificando-se que o oleo com melhor atividade antifúngica foi o de Melissa officinalis, o mesmo óleo essencial com o qual também foram obtidos resultados significativos de inibiçâo de crescimentos dos fungos Sclerotinia sclerotiorum e Sclerotium rolfsii no presente estudo, usando 5.000 ppm de concentraçâo de óleo essencial (Figura 1).
Os resultados de inibiçâo de crescimento micelial dos fungos S. rolfsii e S. sclerotiorum na presença de extratos hidroalcoólicos sao apresentados na Figura 3. Esses resultados mostram que os extratos de cravo-da-índia, citronela e cidreira inibiram completamente o crescimento dos fungos, enquanto o extrato de melissa apresentou uma inibiçâo de 96,2% para o fungo S. sclerotiorum e 80,4% para S. rolfsii (Figura 3A). As combinaçoes de extratos inibiram o crescimento dos dois fungos em 100%, incluindo as combinaçoes com o extrato de melissa, que se mostrou menos eficiente na inibiçâo dos fungos quando avaliado individualmente (Figura 3B).
Estudos realizados por Venturoso (2011) usando extrato de cravo-da-índia na concentraçâo 20% (v/v) mostraram a inibiçâo completa do crescimento micelial de fungos como Penicillium sp, Colletotrichum sp e Fusarium solani. Souza, Araújo e Nascimento (2007) avaliaram o extrato de alho (Allium sativum L.) e capim-cidreira (Cymbopogon citratus Stapf.), na faixa de concentraçâo 0,5-10% (v/v), no controle do Fusarium proliferatum, onde observaram que os extratos reduziram a taxa de crescimento micelial.
Os extratos hidroalcoólicos utilizados no presente estudo apresentaram resultados mais promissores na inibiçâo do crescimento micelial dos fungos Sclerotinia sclerotiorum do que os realizados por Garcia et al. (2012) usando extratos de aroeirinha (Schinus molle L.), mentrasto (Ageratum conyzoides L.), alfavaca (Ocimum gratissimum L.), losna (Artemisia absinthium L.), jambolâo (Syzygium cumini (L.) Skeels), arruda (Ruta graveolens L.), mandioca (Manihot esculenta Crantz), Santa Bárbara (Melia azedarach L.) e pimenta longa (Piper aduncum L.) na concentraçâo de 30% no controle de Sclerotinia sclerotiorum in vitro, onde o resultado mais promissor foi com o extrato de pimenta longa, com 43% de inibiçâo para o fungo. Bonaldo et al. (2007) também avaliaram o crescimento micelial do fungo Sclerotium rolfsii, utilizando o extrato bruto de Eucalipto citriodora onde os resultados mais promissores foram obtidos em concentraçoes acima de 30% do extrato.
Os extratos hidroacetônicos e suas combinaçoes também apresentaram resultados promissores (Figura 4). Os resultados mostram 100% de inibiçâo do crescimento micelial do Sclerotium rolfsii e Sclerotinia sclerotiorum na presença dos extratos de citronela e cidreira (Figura 4A). Os resultados com o extrato de melissa mostaram uma inibiçâo de 37,9% para Sclerotium rolfsii e 71,8% para Sclerotinia sclerotiorum (Figura 4A).
O extrato hidroacetônico de cravo-da-índia nao foi utilizado sozinho nos estudos devido o mesmo impedir a gelatinizaçâo em meio BDA. Entretanto, quando combinado com outro extrato, foi possível analisá-lo.
A combinaçao dos extratos de citronela-melissa e cidreira-melissa apresentou inibiçâo do crescimento micelial de 98,4 e 61,6%, respectivamente, para Sclerotium rolfsii (Figura 4B). Entretanto, a combinaçao dos extratos de citronela-melissa favoreceu o crescimento micelial do Sclerotina sclerotiorum em 23,2% (Figura 4B). Esse resultado sugere que a diminuiçâo da concentraçâo das substancias ativas nos extratos pela metade pode nao apresentar atividade, mesmo com a combinaçao de substancias presentes nos extratos hidroacetônicos de cidreira e melissa, que apresentaram atividade de inibiçâo fúngica significativa quando a 5.000 ppm e aplicado separadamente.
Por outro lado, é pertinente mencionar que os resultados ligeiramente diferentes encontrados para os extratos hidroalcoólicos e hidroacetônicos podem ser atribuidos a diferença de polaridade dos dois solventes, nesse caso, o etanol e propanona. Essa diferença de polaridade pode levar a solubilizaçâo de diferentes moléculas presentes na planta podendo consequentemente levar a resultados diferentes (BONETT et al., 2013; SARMENTO-BRUM et al., 2014; FONSECA et al., 2015; MOURA; JASKI; FRANZENER, 2016) de modo que os resultados apresentados no presente estudo sugerem que as moléculas ativas sobre o crescimento dos fungos Sclerotinia sclerotiorum e Sclerotium rolfsii sâo mais solúveis em álcool etílico (etanol) do que em acetona (propanona).
4 CONCLUSOES
Os óleos essenciais de cidreira, citronela e melissa inibiram completamente o crescimento micelial dos fungos Sclerotinia sclerotiorum e Sclerotium rolfsii, exceto o óleo essencial de neem. Nas combinaçoes entre óleos essenciais obteve-se uma inibiçâo de 100% de crescimento dos fungos. Para os extratos hidroalcoólicos e hidroacetônicos os resultados mostram que houve uma inibiçao completa do crescimento micelial dos fungos, com exceçao ao extrato de melissa. Para as combinaçoes entre extratos hidroalcoólicos obteve-se uma inibiçâo de 100% de crescimento dos fungos, enquanto que para hidroacetônicos apenas a combinaçâo de cidreira-melissa nao inibiu 100% o crescimento dos fungos. Por fim, podese inferir que os óleos essenciais e extratos estudados apresentam potencial para uso como fungicida natural no controle dos patógenos Sclerotinia sclerotiorum e Sclerotium rolfsii.
5 AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a Fundaçâo de Amparo a Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT- processo número 336236/2012) pelo apoio financeiro e a Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) pela estrutura física para o desenvolvimento da pesquisa. Ao Centro Tecnológico da Universidade do Estado de Mato Grosso-UNEMAT, Barra do Bugres(MT).
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Recebido em: 17/10/2017
Aceito em: 01/04/2019
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© 2020. This work is published under https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 (the “License”). Notwithstanding the ProQuest Terms and Conditions, you may use this content in accordance with the terms of the License.
Abstract
O uso de defensivos agrícolas tem provocado danos ao meio ambiente, a saúde humana e contribuido para a resistencia de patógenos. Neste estudo, objetivou-se analisar a inibiçâo do crescimento micelial dos fungos Sclerotinia sclerotiorum e Sclerotium rolfsii na presença de extratos e óleos essenciais de citronela (Cymbopogon nardus), cravo-da-india (Caryophilus aromaticus), cidreira (Cymbopogon citratus), melissa (Melissa officinalis L.) e neem (Azadirachta indica) e as combinaçoes dos mesmos. Nos estudos com óleos essenciais foi utilizada a concentraçâo de 5.000 ppm e 50.000 ppm para os extratos em meio BDA com quatro repetiçoes. Os óleos essenciais inibiram totalmente o crescimento micelial dos dois fungos testados, exceto o óleo de neem, que nao inibiu o crescimento de S. sclerotiorum e apresentou uma inibiçâo de apenas 10% do fungo S. rolfsii. Para os extratos hidroalcoólicos, obteve-se 100% de eficácia na inibiçâo, com exceçâo ao extrato de melissa que inibiu 96,2% do crescimento de S. sclerotiorum e 80,4% sobre S. rolfsii. No tratamento com extratos hidroacetonicos, obteve-se 100% de inibiçâo dos fungos, entretanto, o extrato de melissa foi menos eficaz com 95,9% de inibiçâo para S. sclerotiorum e 46,2% para S. rolfsii. Diante dos resultados pode-se inferir que os óleos e extratos podem ser eficazes no controle de fungos patogénicos da cultura de soja, inibindo o crescimento micelial dos fungos S. sclerotiorum e S. rolfsii, podendo ser apontados como uma alternativa no controle destes fitopatógenos.
Alternate abstract:
Agricultural inputs have caused damage to the environment and to human health and have contributed towards pathogen resistance. Inhibition of mycelial growth of the fungi Sclerotinia sclerotiorum and Sclerotium rolfsii with extracts and essential oils of citronella (Cymbopogon nardus), clove (Caryophilus aromaticus), lemon balm (Cymbopogon citratus), melissa (Melissa officinalis L.) and neem (Azadirachta indica) and their combinations are analyzed. In studies with essential oils, concentrations 5,000 ppm and 50,000 ppm were used for extracts in BDA medium, with four replications. Essential oils inhibited completely mycelial growth of the two fungi, with the exception of neem oil. The latter did not inhibit growth of S. sclerotiorum and inhibited only 10% of S. rolfsii. In the case of hydroalcohol extracts, inhibition reached 100%, with the exception of melissa extract which inhibited 96.2% of growth in S. sclerotiorum and 80.4% in S. rolfsii. In the case of hydro-acetone extracts, fungi were totally inhibited, although melissa extract was less efficient, with 95.9% of inhibition for S. sclerotiorum and 46.2% for S. rolfsii. Results show that oils and extracts may be efficient in the control of pathogenic fungi of soybean by inhibiting mycelial growth of the fungi S. sclerotiorum and S. rolfsii, and may be recommended as an alternative for the control of these phytopathogens.
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Details
1 Acadêmica do Curso de Engenharia de Alimentos, Universidade do Estado de Mato Grosso, Barra do Bugre (MT), Brasil
2 Engenheiro Agrônomo, doutor em em Ciência e Tecnologia de Sementes, Professor do Curso de Engenharia de Produção Agroindustrial,Universidade do Estado de Mato Grosso, Barra do Bugres (MT), Brasil
3 Acadêmica do Curso de Engenharia de Alimentos na Universidade do Estado de Mato Grosso, Barra do Bugres (MT), Brasil
4 Engenheiro Agrícola com Doutorado em Ciência e Tecnologia de Sementes. Professor do Curso de Engenharia de Produção Agroindustrial da Universidade do Estado de Mato Grosso, Barra do Bugres (MT), Brasil
5 Químico, Doutorado em Físico-química com ênfase em Biofísica Molecular e Professor Doutor da Universidade do Estado de Mato Grosso, Departamento de Engenharia de Alimentos e Produção Agroindustrial, Brasil